O líder de uma das alas da FNLA, Fernando Pedro Gomes, acusou o Tribunal Constitucional (TC) de inviabilizar o processo de reconciliação interna no partido, ao não reconhecer o congresso realizado por si, em Luanda.
“O Tribunal Constitucional, ao invés de apoiar os esforços dos membros do Comité Central para uma genuína unidade e reconciliação interna da FNLA, entende dar uma moratória transitória para que Lucas Ngonda se organize e continue a perpetuar-se no cargo, mesmo contra a vontade da maioria”, criticou durante uma conferência de imprensa realizada na capital angolana.
O político e docente universitário, que se autoproclamou presidente eleito no “congresso inclusivo” realizado em junho do ano passado, mencionou os estatutos da formação política para afirmar que o processo de transição nunca dura além de 90 dias. Sublinhou ainda que “a morosidade no reconhecimento do congresso inclusivo de Luanda está a criar novas convulsões e a matar as expectativas dos militantes”.
Para Fernando Pedro Gomes, o mais sensato seria a realização de ações políticas com o objetivo de preparar o partido para os próximos desafios políticos, como as eleições autárquicas do próximo ano e as gerais de 2022.
O membro da FNLA admitiu que esta formação encontra-se numa situação difícil, apesar dos esforços empreendidos pelos militantes junto dos órgãos de soberania do Estado. “Queremos tão-somente livrar a organização política histórica do único obstáculo chamado Lucas Ngonda”, concluiu.