Dirigentes e militantes da CASA-CE consideram que a derrota nas eleições gerais de 24 de agosto deveu-se a fatores como “má gestão, nepotismo, corrupção, amiguismo e vaidade política”, cita o “Correio da Kianda”.
Segundo esses mesmos dirigentes e militantes, que participaram na reunião do 4.º Conselho Consultivo da coligação angolana, o seu presidente, Manuel Fernandes, foi um líder que “não sabia ouvir a voz contrária e que estava mais preocupado em ouvir a opinião de algum grupo de jovens que o bajulavam, sem, porém, ouvir os seus colaboradores mais diretos”.
É assim demonstrada a insatisfação existente no seio daquela que já foi a terceira maior força política no país. A crise interna foi desabafada diante dos membros do Conselho Consultivo, que pediu esclarecimento sobre o que considera ser uma “queda desastrosa”.
Outro militante, que não quis ser identificado, afirmou que “a principal causa do deslize da CASA-CE foi a vaidade”, e que “o presidente já sentia que estava ao nível de João Lourenço e Adalberto Costa Júnior. Por conta disso, não ouvia mais ninguém, se não aqueles que o bajulavam”.
Apesar de Manuel Fernandes ter admitido publicamente o fracasso eleitoral, considera que a organização política foi roubada nas urnas. Esta passou de 16 deputados na Assembleia para zero.