O ex-secretário-geral do MPLA e antigo primeiro-ministro de Angola, Marcolino Moco, afirmou que o atual dirigente do partido no poder, João Lourenço, tem uma oportunidade singular de resolver a crise interna do mesmo, através do desencorajamento de actos de perseguição.
Em declarações à imprensa, à margem do VII Congresso Extraordinário do MPLA, realizado em Luanda, disse ser a chance de João Lourenço, homem desta geração, para acabar de vez com tais práticas. Segundo referiu, acredita que a unidade não se faz só com aplausos e concordância com tudo, mas sim com o reconhecimento dos diferentes ideais e com nunca se pensar que só são fiéis ao líder aqueles sem ideias e que só aplaudem.
O político apelou ao pragmatismo para se lidar com os erros graves de governação, praticados principalmente entre 2002 e 2015, sob pena de todas as pessoas importantes do país irem para a prisão. Defendeu também que a responsabilização deve ser ética e moral, promovendo-se a justiça restaurativa, adaptável à realidade angolana, ao invés de se importarem modelos europeus ou outros.
Moco considerou sensatas as medidas tomadas no sentido de se manterem funcionais as empresas constituídas com fundos públicos, mesmo na anormalidade, por garantirem serviços e empregos, revendo-se inclusive a sua titularidade.
Deixou ainda o conselho de se evitarem erros como aqueles cometidos após a independência nacional, altura em que se destruiu tudo o que parecia ser colonial para construir de novo, de tal modo que após mais de 40 anos não se consegue limpar nenhuma cidade.