Angola: MPLA acusado pela oposição de beneficiar da Covid-19

Assembleia Nacional de Angola

Os partidos da oposição reiteraram nesta quarta-feira, 22 de julho, que a pandemia da Covid-19 não pode ser um motivo de adiamento da agenda das eleições autárquicas. Recorde-se que o sufrágio foi anunciado para este ano pelo Presidente da República de Angola, João Lourenço.

A declaração surgiu por não constar na agenda do plenária o projeto de Lei da Institucionalização das Eleições Autárquicas. Esse é um diploma que divide o MPLA e a oposição no que diz respeito à realização das autárquicas.

O MPLA, formação política no poder, continua a defender o gradualismo territorial para a realização destas eleições. Já a UNITA, maior organização política da oposição no país, quer que o processo ocorra simultaneamente em todo o território.

Para a UNITA, a desculpa do partido no poder serve então “para a continuação da centralização da governação e da delapidação do erário público”.

“O ano está prestes a finalizar. Na agenda de hoje consta o ponto menos importante no que diz respeito à realização das eleições autárquicas em Angola. Temos hoje aqui a proposta de Lei sobre os Símbolos das Autarquias, que deveria ser o último documento”, expôs o dirigente do grupo parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka.

O partido acusou ainda o MPLA de estar a aproveitar a crise da Covid-19 para ganhos políticos. “São só os do MPLA que vão às províncias para falar com a população e excluem os dirigentes da oposição”, acrescentou Chiyaka.

UNITA apoiada pelos restantes partidos da oposição

Também o líder do grupo parlamentar da CASA-CE, Alexandre Sebastião André, exigiu a realização das autárquicas neste ano. Segundo o próprio, “com as autarquias, caberá ao Estado angolano a proteção de cidadãos em situação crítica, devendo recorrer a todos os meios e mecanismos conducentes ao seu amparo social”.

Por sua vez, o presidente da FNLA mostrou-se igualmente solidário com os colegas da oposição quanto à realização das eleições autárquicas. O dirigente lamentou que “África, um continente abarrotado de riquezas, continue a viver de empréstimos das instituições financeiras internacionais”.

Reação do MPLA

Em resposta às acusações da oposição, o líder do grupo parlamentar do MPLA, Américo Cuononoca, disse que não entende a preocupação dos seus colegas. O político lembrou que a Assembleia Nacional não encerrou o debate sobre o pacote legislativo autárquico.

“O pacote legislativo autárquico está em debate no Parlamento. Tão logo estejam criadas as condições, os órgãos competentes vão convocar as eleições autárquicas”, concluiu.

One Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *




Artigos relacionados

FMI elogia desempenho económico de Moçambique

FMI elogia desempenho económico de Moçambique

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, partilhou que Moçambique está a fortalecer as suas instituições e que…
FMI avisa que Ucrânia necessita de 42 mil milhões de euros

FMI avisa que Ucrânia necessita de 42 mil milhões de euros

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, declarou que a Ucrânia vai necessitar de um apoio orçamental de…
António Guterres lamenta impacto "limitado e às vezes nulo" de promessas de Israel

António Guterres lamenta impacto "limitado e às vezes nulo" de promessas de Israel

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, considera “limitado e às vezes nulo” o impacto dos compromissos assumidos…
Macau: Passagens automáticas facilitam entrada de portugueses

Macau: Passagens automáticas facilitam entrada de portugueses

As autoridades de Macau anunciaram que, a partir de amanhã, as passagens fronteiriças vão ser alargadas a quem for titular…