O MPLA teve a iniciativa de realizar um debate parlamentar na semana passada. O foco central foi o combate à impunidade como fator primordial à boa governação.
No entanto, a oposição considera que esse momento tratou-se de mais uma tentativa de branquear a imagem do partido no poder. Para os opositores, o combate à corrupção, frequentemente falado pelo Presidente da República, João Lourenço, desde que ascendeu ao poder, em 2017, não será possível com o MPLA no poder.
Recorde-se que a formação política reconheceu, através de um relatório apresentado aos deputados à Assembleia Nacional, que “a corrupção no país estava instalada nos órgãos da administração central do Estado, no aparelho judicial, governos provinciais, administrações locais e órgãos de defesa e segurança, tendo, ao longo do tempo, criado ramificações e estrutura própria, com hierarquia e voz de comando”.
No entanto, salientou, em 2019 foram registadas “melhorias consideráveis” em termos de combate a estes fenómenos. Como base desta afirmação referiu os dados elaborados pela organização não governamental Transparência Internacional e dos relatos da Direção Nacional de Investigação e Ação Penal e do Serviço Nacional de Recuperação de Ativos da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Após o debate parlamentar da semana passada, o ex-secretário-geral do MPLA, Álvaro Boavida Neto, assumiu que grande parte dos membros do partido cometeu erros que prejudicaram os cidadãos angolanos durante vários os anos, principalmente em matéria de corrupção e de impunidade.
“Todos nós fizemos mal aos nossos cidadãos. Doravante precisamos de difundir a misericórdia”, concluiu.