O Presidente da República de Angola, João Lourenço, foi criticado por partidos da oposição devido às mais recentes declarações acerca das eleições autárquicas.
O dirigente deu a entender à imprensa na terça-feira, 25 de outubro, que o sufrágio parece não estar para breve. “Como sabe o pacote legislativo autárquico não está terminado. Enquanto isso não posso assanhadamente – se me permite a expressão – convocar eleições”, disse a partir de Dakar, capital do Senegal, tendo sido citado pelo “Jornal de Angola”.
As declarações foram feitas uma semana após João Lourenço ter criado uma Comissão Interministerial para a Elaboração e Implementação do Plano Integrado de Institucionalização das Autarquias Locais.
Em reação a esta última declaração, a UNITA, através do seu secretário nacional para os Assuntos Eleitorais, Faustino Mumbica, declarou que a atitude do chefe de Estado “não surpreende”. No entanto, realçou que os sucessivos adiamentos da implementação das autarquias locais no país vão ter consequências.
“O facto de o Presidente deter o poder político e de estar a governar não significa que tem a legitimidade para tomar as decisões que bem entender. A persistir nessa intenção, isto acabará por exigir da parte dos cidadãos uma postura diferente que venha forçar o executivo a respeitar a Constituição”, acrescentou Mumbica, citado pela “VOA”.
Por sua vez, o presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, partilhou que as declarações de João Lourenço denotam “falta de seriedade”.