A UNITA, a FNLA e o PRS, partidos da oposição, consideram que as políticas incorretas do Governo do MPLA são responsáveis pelo alastramento de greves em setores chave, como os da Saúde e Educação.
Segundo o “Novo Jornal”, as formações políticas descontentes exigem a resolução urgente e satisfatória das reivindicações dos enfermeiros que iniciaram uma greve na segunda-feira, 07 de novembro, por tempo indeterminado. Querem um aumento salarial, o pagamento de subsídios da Covid-19 e melhoria nas condições laborais.
Para o grupo parlamentar da UNITA, “a greve dos enfermeiros de Angola vem adensar o rol de protestos de índole laboral em vários setores de atividade social e produtiva da vida nacional, depois da greve dos médicos, e, mais recentemente, dos professores do ensino superior público, fruto das políticas erradas do Executivo do MPLA”.
“Assim sendo, exige do Governo a assumpção de uma postura de comprometimento inequívoco com a realização da dignidade da pessoa humana, sobretudo uma postura de sensibilidade e realização das preocupações legítimas dos enfermeiros que são responsáveis pelos cuidados dos utentes das unidades de saúde, assim como do seu bom funcionamento, pois são os agentes da primeira linha no atendimento aos doentes”, pode ler-se numa nota de imprensa do principal partido da oposição.
A UNITA considera que este ciclo de protestos reflete também “um grande défice de diálogo” e, sobretudo, “uma enorme incapacidade de realização dos grandes desígnios nacionais e interesses das mais distintas classes de trabalhadores angolanos”, além do fracasso da política nacional de quadros no que diz respeito à sua valorização através da justa remuneração e com benefícios sociais e económicos competitivos.
Por sua vez, o líder da FNLA, Nimi a Nsimbi, lamentou que os enfermeiros tenham de enfrentar inúmeras dificuldades na prestação dos serviços de saúde à população. “O sistema de saúde em Angola é débil. Com estas greves, a população vai passar por muitas dificuldades em termos de assistência nos hospitais”, observou.
Já o deputado do PRS, Rui Malopa Miguel, disse que o Estado deve cuidar dos direitos dos cidadãos. “O Estado deve estar preocupado com a saúde dos cidadãos e de todos os aspectos que têm a ver com o desenvolvimento humano”, declarou.