A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola negou nesta segunda-feira, 26 de abril, a notícia de que terá recebido das autoridades judiciais portuguesas uma lista discriminada de fortunas de cidadãos nacionais domiciliadas em Portugal.
Segundo o Procurador-Geral da República, Hélder Pita Grós, “até ao presente momento a PGR não recebeu qualquer lista com este teor”. No entanto, acrescentou, “temos tido cooperação e colaboração pontual com as autoridades portuguesas em processos específicos”.
“Por conseguinte, é frequente deslocarmo-nos a Portugal e a outros países no âmbito da aludida cooperação”, esclareceu.
As declarações surgiram em reação ao facto de andar a circular uma notícia de que a Justiça portuguesa, através do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), terá entregue a Angola, na semana passada, a lista das fortunas que vários cidadãos angolanos possuem em Portugal.
Essas listas, que constam de um relatório, têm mais de 7.000 páginas e incluem detalhes de todos os bens existentes em Portugal, destacando-se as contas bancárias, aplicações financeiras em fundos de investimento, ações de diversas empresas cotadas e não cotadas, imóveis e participações sociais.
Entre as dezenas de nomes de cidadãos angolanos que constam da lista encontram-se os de familiares do ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos. A maioria da informação disponibilizada refere-se, alegadamente, à empresária Isabel dos Santos, que efetuou investimentos nas empresas portuguesas NOS, Galp, Efacec, Millennium BCP e Banco BIC, entre outras.