O Presidente angolano, João Lourenço, incentivou nesta segunda-feira, 27 de junho, a comunidade internacional a procurar um “cessar-fogo incondicional” na guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Recorde-se que as tropas russas invadiram o território ucraniano a 24 de fevereiro.
“Num momento em que não se conseguiu ainda superar a tensão reinante no Sudeste Asiático, na península coreana nem no Golfo Pérsico, qualquer uma delas com potencial de evoluir para uma confrontação nuclear, o mundo já não suporta o eclodir e manutenção de um novo conflito em pleno coração da Europa pelas consequências que tem para a economia global, mas sobretudo para a paz e a segurança mundial”, declarou.
As afirmações foram feitas no plenário da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, realizado em Lisboa, capital de Portugal. O evento tem abordado a importância dos “oceanos, dos mares e das infraestruturas terrestres a eles ligados”, o que levou João Lourenço a falar sobre o bloqueio dos portos ucranianos no Mar Negro.
O governante angolano lembrou que essa situação “está a causar a crise alimentar global”, por causa da escassez de cereais e de fertilizantes. “A esse respeito, importa que a União Europeia, as Nações Unidas e, de uma forma geral, toda a comunidade internacional, priorize e concentre os seus principais esforços na busca de um cessar-fogo imediato e incondicional, seguido de negociações com as partes consideradas importantes para se alcançar e construir uma paz que seja verdadeiramente duradoura para a Europa e o resto do mundo”, realçou.
Angola foi um dos 35 países que se abstiveram na votação da Assembleia das Nações Unidas sobre a resolução que condenou a invasão russa da Ucrânia.