Angola deve regressar aos saldos orçamentais positivos em 2021, antecipou o Presidente da República angolano, João Lourenço, numa mensagem dirigida aos deputados da Assembleia Nacional.
A mensagem de João Lourenço foi lida hoje pelo ministro de Estado da Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, na abertura do debate sobre o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020 revisto, que vai ser hoje votado na generalidade.
“Prevemos retomar a trajetória de ‘superavits’ orçamentais, isto é, de saldos orçamentais positivos, em 2021”, referiu João Lourenço, sublinhando que esta situação “é de uma importância enorme” reiterando que tal significa que o país terá menores necessidades de endividamento e evita atingir uma situação de insustentabilidade da sua dívida pública.
João Lourenço recordou que o país teve sucessivos défices orçamentais desde 2014, o que fez disparar o rácio da dívida pública de cerca de 30% em 2013 para, aproximadamente, 113% em 2019.
Em 2018, Angola registou, pela primeira vez em quatro anos, um saldo orçamental positivo de 2,1% do PIB. Em 2019, o saldo foi de 0,8% e estava previsto também um ‘superavit’ de 1,2% para 2020, uma trajetória “infelizmente” interrompida em consequência da crise económica e financeira que o país está a viver.
Além dos défices sistemáticos, Angola tem estado em recessão económica nos últimos quatro anos, devido essencialmente ao desempenho negativo do setor petrolífero e prevê para este ano uma taxa de crescimento negativa de 3,6%.