Cinco promotores da manifestação marcada para este sábado, 21 de novembro, escreveram ao Procurador-Geral da República (PGR) de Angola, Helder Pitta Grós, para pedirem que fossem abertos oito inquéritos para apurar a responsabilidade civil e criminal por enriquecimento ilícito de muitos agentes públicos.
Nessa carta pode ler-se que foi pedida a investigação do crime de “associação criminosa praticada pela direção do MPLA liderada pelo senhor José Eduardo dos Santos [ex-presidente da República] que institucionalizou a política de acumulação primitiva de capital”, que se traduziu na prática de crimes de corrupção.
O documento menciona ainda o atual chefe de Estado, João Lourenço, sendo pedido que se investigue “a maneira como se tornou num dos donos do Banco Sol e do Banco Angolano de Investimento”. Foi igualmente pedido para ser analisada a responsabilidade civil e criminal do seu chefe de gabinete, Edeltrudes Costa, com base em denúncias de enriquecimento ilícito.
Os organizadores da manifestação querem também apurar as responsabilidades de José Eduardo dos Santos e de outros homens fortes do seu regime, os generais Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, Helder Vieira Dias “Kopelipa” e Manuel Vicente, ex-vice-presidente e ex-presidente da Sonangol, na criação e contratação da empresa Trafigura pelo Estado angolano.
Outro dos oito inquéritos pedidos foi o da investigação para ser apurada a responsabilidade civil e criminal do atual presidente da Comissão Nacional Eleitoral, Manuel Pereira da Silva “Manico“, cuja escolha foi contestada pela oposição angolana.