O antigo dirigente da UNITA, Isaías Samakuva, defendeu nesta segunda-feira, 26 de outubro, que deve haver diálogo entre o Governo e as formações políticas. Assim, partilhou, podem ser evitadas “situações suscetíveis de perturbar a paz e a harmonia necessárias à vida em comunidade”.
O ex-presidente do maior partido da oposição foi recebido pelo Presidente da República de Angola, João Lourenço. À saída da audiência disse que ambos abordaram, essencialmente, a situação ocorrida em Luanda no sábado, 24 de outubro.
Recorde-se que centenas de pessoas saíram nesse dia à rua para uma manifestação, tendo havido graves confrontos com a polícia. Cerca de 100 indivíduos foram detidos, entre os quais jornalistas e membros da UNITA. O objetivo era mostrarem insatisfação contra o alto custo de vida e o adiamento das eleições autárquicas no país.
A tentativa de manifestação, não autorizada, foi então impedida pela Polícia Nacional, numa altura em que o país vê reforçadas as medidas restritivas de prevenção e combate à Covid-19, que proíbe ajuntamentos superiores a cinco pessoas na via pública.
Samakuva, que na década de 90 chefiou a equipa da UNITA às negociações de paz com o Governo, declarou que a ação dos manifestantes traduziu-se em actos de vandalismo, na obstrução de vias e na destruição de bens públicos. No entanto, aconselhou a libertação dos detidos “na base do diálogo e da compreensão”.
“Enquanto angolanos temos de fazer tudo no sentido de evitar situações desagradáveis primando, necessariamente, pelo diálogo”, concluiu.