O sócio-gerente da empresa de prestação de serviços AFAC foi detido no Huambo por crime de corrupção, tendo a a prisão preventiva de Augusto Caconde Cotingo sido ordenada pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Este é assim o primeiro empresário a ser detido depois de ter sido ouvido pelo Ministério Público no âmbito do mediático processo-crime que envolve, além de gestores de empresas privadas, funcionários do Governo do Huambo, que tinham como substrato a má execução do Orçamento Geral do Estado (OGE).
De acordo com uma fonte da PGR, a medida de coação pessoal, considerada a mais gravosa de todas, resultou do facto de o mesmo estar a gerir uma empresa fictícia, que terá, de 2010 a 2014, beneficiado do erário em conluio com alguns gestores públicos acusados de desvios do OGE.
A detenção de Caconde Cotingo, que se encontra na Cadeia do Cambiote, sucede às prisões dos administradores dos municípios do Huambo e do Longonjo, Victor Tchissingui e João Sérgio Raul, respetivamente, por crime de peculato. As referidas infrações foram cometidas quando Victor Tchingui exercia o cargo de diretor do Gabinete de Estudos e Projectos e Sérgio Raul o de secretário-geral do Governo local, entre 2011 e 2014.
Além dos dois réus mencionados, a PGR deteve o chefe do Departamento de Administração, Património, Informática, Gestão do Orçamento e Transportes do Governo, Constantino de Jesus César, e também o chefe de secção de Execução Orçamental e Contabilidade do Governo do Huambo, Claudino Sicato Fernandes Isaías.
Segundo a mesma fonte, os 51 processos-crime de peculato estão em fase de instrução preparatória e envolvem grandes somas monetárias desviadas dos cofres do Estado, razão pela qual são esperadas mais buscas e detenções de empresários e funcionários públicos envolvidos.