O Fundo das Nações Unidas para a Criança (Unicef) revelou que foram mais de 80 mil as crianças congolesas expulsas de Angola desde o final de setembro, uma vez que estavam entre os 330 mil congoleses retirados do país devido à “Operação Transparência”, que tem como objetivo o combate ao garimpo de diamantes e à imigração ilegal.
A agência da ONU afirmou ao “VOA Portugal” que essas crianças, muitas das quais viveram a maior parte das suas vidas em Angola, estão a enfrentar situações muito difíceis, ao caminharem sob o mau tempo e terem pouco para comer ou beber, além de se encontrarem expostas a actos de violências.
O porta-voz da Unicef, Christophe Boulierac, partilhou também a preocupação existente sobre possíveis epidemias, derivadas desta situação. “Houve uma crise de desnutrição muito grave em Kasai [província congolesa] e estas crianças estão numa situação muito difícil devido às condições de vida de Angola. Algumas deles sofrem de hipoglicemia. E pode haver um aumento da desnutrição, desnutrição aguda, que torna a criança mais vulnerável a todos os tipos de doenças”, explicou.
Boulierac referiu ainda que as doenças malária, cólera e sarampo são os principais motivos de preocupação, tendo informado igualmente que a Unicef está a tentar encontrar os familiares das crianças que se separaram das suas famílias.