O vice-presidente da UNITA, Raúl Danda, disse que a força política que representa é contra o facto da nova tabela salarial da função pública entrar em vigor este mês, uma vez que os cidadãos continuam a registar uma notória perda de poder de compra devido à inflação existente no país, que atingiu os 116% nos últimos três anos.
Danda discursou durante um comício que marcou a abertura do ano político do maior partido da oposição na província do Bié, onde referiu igualmente que os impostos que irão entrar brevemente em vigor poderão afetar a vida dos cidadãos.
O político deixou um apelo ao Governo angolano, para que o mesmo reflita melhor sobre o assunto. “Os trabalhadores da função pública só vão ver a sua condição de vida melhorada caso o Executivo angolano controle rapidamente a taxa da inflação que se regista no país”, argumentou.
Recorde-se que o salário mínimo na função pública, na categoria de auxiliar de limpeza de 2.ª classe – categoria inferior na estrutura de carreiras do regime geral -, irá passar de 21 mil (58,87 euros) para 33 mil kwanzas (92,50 euros), um aumento que se traduz em 57%.
Nos casos dos cargos de direção e chefia, o chefe de secção – função de chefia inferior -, que tem um salário atual de 179 mil kwanzas (501,76 euros), passará a auferir 250 mil kwanzas (700,78 euros). Já o diretor nacional – cargo de chefia superior na função pública – deixará de receber 340 mil (953,06 euros) para obter 394 mil kwanzas (1.104,43 euros).
Quanto à carreira do pessoal técnico, com a categoria de técnico médio de 3.ª classe, o salário subirá de 49 mil (137,35 euros) para 89 mil kwanzas (249,48 euros). Em relação aos professores catedráticos – categoria superior dentro da função pública -, o salário sairá de 405 mil (1.135,26 euros) para 444 mil kwanzas (1.244,58 euros).