A UNITA afirmou que foi “desastroso e vergonhoso” o discurso sobre o estado da nação do Presidente da República de Angola, João Lourenço. O governante fez um balanço da situação do país na passada sexta-feira, 15 de outubro.
As críticas do maior partido da oposição foram feitas pela secretária provincial no Huambo, Albertina Navemba Ngolo, que representou assim o atual líder da UNITA, Isaías Samakuva, estando este último ausente do país.
Para Ngolo, o chefe de Estado omitiu vários pontos. “Percebe-se que o partido-Estado não tem interesse em discutir o desenvolvimento do país, só que não se pode admitir que tenha chegado ao ponto de subverter, sem pejo algum, o papel das instituições, num contexto de um Estado democrático e de Direito, como diz a Constituição”, declarou.
“O Presidente da República recuou para zero no combate à corrupção porque ele mesmo, para além de ser um produto político da corrupção eleitoral, formou-se numa governação patrimonial, já que a corrupção é o método que o MPLA, para se manter no poder, usa, corrompendo militantes opositores e cidadãos que pensam diferente, distribuindo oportunidades económicas por meio da corrupção, por isso combater a corrupção significa combater-se a si mesmo”, prosseguiu.
A parlamentar mencionou que no discurso esteve ausente a apresentação de números reais dos valores recuperados e o que se fez deles, tal como o impacto do combate contra a corrupção na vida das pessoas.
“João Lourenço confiscou a TV Zimbo, o jornal O País, a Rádio Mais, a TV Palanca, encerrou a TV Record em Angola, a SIC notícias e alguns canais da Zap. João Lourenço orientou a TPA a bloquear o adversário político, Adalberto Costa Júnior, e o cortejo de ódio e ostracismo culminou com o famoso acórdão do TC”, finalizou.