A UNITA e a CASA-CE exigiram um esclarecimento por parte do Governo provincial de Luanda no que diz respeito à limitação de circulação dos autocarros públicos na capital de Angola. Esta situação tem levado os utentes a não respeitarem as regras de segurança para a Covid-19, como a do distanciamento nas paragens, onde se formam filas de centenas de metros.
Os dois principais partidos da oposição consideram que os utilizadores desses meios públicos “não podem ser responsabilizados como negligentes a violar o decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública em Angola, porque os autocarros disponibilizados diariamente não respondem à demanda”.
UNITA questiona paradeiro de autocarros extra
O secretário provincial da UNITA em Luanda lamentou o sucedido. Manuel Ekuikui referiu ainda que as grandes filas nas paragens colocam em risco a saúde dos cidadãos que não observam, “porque não tê como fazê-lo”, as medidas de biossegurança.
“No mês de fevereiro deste ano, o Ministério dos Transportes entregou, numa primeira fase, à empresa CamCon 15 autocarros, 25 à Rosalina Express, 30 à Angoaustral e 35 à Macon. Não passou muito tempo, mais 115 autocarros foram distribuídos às empresas Angoreal, Cidrália e Strang, perfazendo os 220 meios entregues. As paragens continuam lotadas. Onde estão estes autocarros?”, questionou.
O também deputado da UNITA desconfia que as autoridades governamentais da província de Luanda estejam a reduzir de propósito a circulação dos autocarros públicos na cidade para pouparem os meios, tendo em vista o apoio à campanha eleitoral da formação política no poder.
“O MPLA, quer nas suas atividades partidárias ou em campanhas eleitorais, sempre utilizou autocarros públicos penalizando os usuários. Penso que estão a poupar estes meios para a campanha eleitoral”, argumentou.
CASA-CE critica “atentado à saúde pública”
Por sua vez, o deputado da CASA-CE, Manuel Fernandes, disse não entender também o porquê de o caso se agravar diariamente, uma vez que tal acontece depois de tanta publicidade do Ministério dos Transportes sobre o reforço de mais autocarros para a capital e nas restantes províncias.
“Os parques estão repletos com novos autocarros públicos que as autoridades anunciaram que vão reforçar a capital do país no transporte dos passageiros. Tudo não passa de promessa”, criticou.
O político realçou que as enchentes nas paragens, nesta fase da Covid-19, “são um atentado à saúde pública”.