Angola: UNITA pede fim do sigilo nas negociações entre Governo e FMI

Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) encontra-se em Angola desde o dia 20 de março, onde tem analisado com o Governo os acordos existentes e as novas forças de cooperação, bem como a forma como o Executivo está a implementar as tarefas de reforma recomendadas, no âmbito do empréstimo concedido ao país.

Entretanto, a UNITA veio pedir que haja maior transparência no acordo entre o FMI e o Executivo angolano. Segundo o vice-presidente do partido, Raul Danda, as forças políticas na oposição foram convidadas para um encontro com o FMI no dia 1 de abril, mas o político defendeu que é necessário que o FMI seja mais claro com outros parceiros angolanos.

“Tínhamos sugerido ao FMI que nos dissesse o que está a acontecer de concreto, o que estão a negociar com o Governo, para que possamos tecer opiniões válidas sobre a matéria. O Governo não nos informa. Se o FMI não diz nada também, estes encontros ficam como, para comer uma bolachinha e tomar café, não produzem nada”, declarou, lembrando que, ao contrário do que defende sempre a referida organização internacional, o Governo não está a reduzir custos.

“O FMI pediu ao Governo que reduzisse as despesas. Infelizmente, isso não se cumpre. Esperávamos que o Presidente João Lourenço tivesse um Governo mais magro, mas, pelo contrário, o aparelho governativo está mais gordo. Os próprios gastos de João Lourenço não reduziram em nada, uma espécie de mania de grandeza, não fica bem ele pedir aos cidadãos que apertem os cintos enquanto ele continua a esbanjar”, denunciou.

Também a CASA-CE partilha da opinião de que o Executivo não diminuiu as despesas no aparelho governativo. O deputado Manuel Fernandes pede que o FMI inclua outros setores nas negociações com o Governo.

“Era importante o FMI ouvir outros atores sem ser o Governo porque o Executivo de certeza que não vai dizer o que fez mal, seriam outros atores a dizê-lo”, sublinhou, reforçando a necessidade de reduzir custos “sem pretender diminuir o pessoal da função publica, o que seria um caos porque o desemprego já é galopante”.

A missão do FMI deixará o país a 2 de abril.

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