O líder da UNITA continua a criticar as “discrepâncias” que diz existirem nos resultados das eleições gerais de 24 de agosto. Segundo Adalberto Costa Júnior, na contagem paralela de votos que o maior partido da oposição em Angola fez são-lhe atribuídos 49,5% e 48,2% para o MPLA, significando assim a vitória da UNITA.
A apresentação dos resultados foi feita numa conferência de imprensa realizada nesta segunda-feira, 05 de setembro, de acordo com a “Lusa”. A UNITA diz ter alcançado assim 3.104.222 votos, contra os 3.023.583 do MPLA, que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) oficializou como vencedor a 29 de agosto.
Costa Júnior acusa a CNE de “manipulação dolosa” e de ter subtraído à UNITA 347.436 votos em 15 círculos provinciais, enquanto foram “acrescidos” 185.825 votos ao MPLA em 16 círculos provinciais. Isso tem um “reflexo visível” na distribuição dos deputados provinciais e municipais, observou ainda.
“Ninguém, nem o Presidente da República nem o partido que governa, tem a legitimidade de subverter a ordem constitucional e a soberania popular”, concluiu, pedindo a existência de um número claro de votantes, modelos distintos das actas sínteses e a publicação dos cadernos eleitorais.
O dirigente pondera recorrer aos tribunais internacionais. “O povo angolano já expressou a sua vontade. Ninguém pode anular a decisão soberana. A aspiração do povo exprime a vontade de se livrar do partido único, qual cancro impeditivo da democratização e do desenvolvimento do povo angolano”, finalizou.