Uma centena de militares angolanos efectuaram a 21 e 24 de Abril incursões na região de Lukula, no Kongo-Central (antigo Baixo Congo) na República Democrática do Congo (RDC), denunciou Alain Mobuka porta-voz da Sociedade Civil em Lukula. Uma informação igualmente confirmada por autoridades político administrativas locais.
Segundo o porta-voz da Sociedade Civil em Lukula os militares angolanos penetraram na RDC pelas aldeias Makanga, Kimpese e Kipholo e alegaram pretender capturar guerrilheiros da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) assim como desmantelar supostas bases do movimento independentista cabindês no Kongo-Central.
Durante operações na RDC as Forças Armadas Angolanas (FAA) incendiaram várias cabanas inabitadas em Makanga provocando cenas de pânico nas populações locais que se refugiaram na floresta.
Alegando de novo prosseguir as acções que visam a captura de militares da FLEC na RDC, na noite sexta-feira 3 de Maio, cerca de 500 militares angolanos terão regressado às aldeias de Makanga e Kimpese provocando uma vez mais a fuga das populações locais.
Reagindo às alegações dos militares angolanos, a FLEC emitiu esta sexta-feira 3 de Maio um comunicado em que afirma recusar “ser o álibi das FAA nas suas incursões armadas e violações territoriais constantes na República Democrática do Congo e República do Congo cujas intenções reais são o controlo militar destes países e espoliação dos seus recursos naturais”.
No mesmo documento Jean Claude Nzita, Secretário para a Informação e Comunicação do movimento, precisa que os militares da FLEC “estão e operam exclusivamente no território de Cabinda”.