Carlos Saturnino, presidente do conselho de administração da empresa estatal angolana Sonangol, anunciou hoje, em Luanda, que a empresa angolana pagou 500 milhões de dólares À empresa norte-americana Cobalt, adquirindo desta forma os direitos em 2 blocos petrolíferos ao largo de Angola, blocos 21/09 e 20/09.
De acordo com as declarações de Saturnino: “Boa notícia. Embora o prazo seja até ao dia 01 de julho, a Sonangol já pagou os 100% do que devia, para fazer a compra à Cobalt”.
A Sonangol e a Cobalt encontravam-se em disputa judicial, tendo chegado a um acordo amigável em dezembro de 2017.
Refira-se que, embora nos últimos 10 anos, a Sonangol tivesse uma dívida no mercado internacional de 26.400 milhões de euros, em 2017 esta dívida era de 4.180 milhões de euros.
Os empréstimos para pagamento da dívida foram obtidos pela Sonangol recorrendo a bancos como o Credit Agricole Corporate and Investment Bank, o Standard Chartered Bank, o China Development Bank, o Industrial and Commercial Bank of China e o BNP Paribas.
Em março passado, a Procuradoria-Geral da República angolana instaurou um inquérito de investigação sobre transferências monetárias feitas alegadamente de forma irregular durante a gestão de Isabel dos Santos.
Este inquérito partiu de uma denúncia pública da nova administração da Sonangol, nomeada em novembro do ano passado, após a exoneração de Isabel dos Santos pelo presidente angolano, João Lourenço.
Em abril, Carlos Saturnino, o novo presidente do conselho de administração da Sonangol , referiu que Isabel dos Santos, Mário Silva e Sarju Raikundalia cometeram “crimes de abuso de confiança, burla e branqueamento de capitais”.
À data, Saturnino mencionou a criação de empresas de fachada, transferências bancárias dos fundos da Sonangol de forma irregular para uma empresa de consultoria no Dubai, entre outros alegados crimes.
