Brasil: Federação aponta “segurança pública” como principal desafio durante G20

“A segurança pública é o principal desafio do Brasil em relação aos outros países que também participam do G20 Brasil 2024”. É o que defende a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) no âmbito do documento “Panorama da competitividade dos países do G20 Brasil 2024”, divulgado nos últimos dias.

Na área de segurança pública, considerando os indicadores “percentagem da população do país que se sente segura ao andar à noite sozinha na região em que mora” e o “número de homicídios por cem mil habitantes”, o Brasil ocupa a 25ª posição entre os 27 países analisados, com desempenho superior apenas ao do México e ao da África do Sul. Em 2022, o Brasil atingiu a marca de 34% na evolução das metas de segurança estipuladas pela ONU para o país.

Para a FIRJAN, é fundamental que aspetos como a integração das forças policiais, o fortalecimento de políticas públicas de combate à criminalidade e a troca de experiências com outras nações sejam priorizados nas ações governamentais para que o Brasil avance e atinja níveis equiparáveis ao cenário dos países do G20 Brasil 2024, que estão em patamar médio de 79% de atingimento das metas estabelecidas ao grupo.

“Elaboramos este panorama para contribuir com o debate que se desenrolará ao longo do ano com o Brasil na presidência do G20 e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) na presidência do B20”, destacou o presidente da FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvea Vieira, que também é vice-presidente da CNI.

O material presente no estudo tem como referência metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de oito temas contemplados na agenda do G20 Brasil 2024: clima, crédito, economia e emprego, infraestruturas, mulheres, diversidade e inclusão nos negócios, segurança pública, sistemas alimentares sustentáveis e agricultura e transição energética.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, defende envolvimento nos temas discutidos. “A nossa expetativa é que as sugestões sejam postas em prática pelos países do G20. Para isso, é indispensável que todos se envolvam ativamente nas discussões em torno de propostas factíveis e de alto impacto, que combinem crescimento económico, sustentabilidade e inclusão social. Com o diálogo e a união de governos e empresários, poderemos construir um futuro mais próspero e justo para todos”, disse Ricardo Alban, durante a abertura do primeiro evento oficial do Business 20 (B20) Brasil, na sede da FIRJAN, na cidade do Rio de Janeiro.

No estudo da Federação, o Brasil destaca-se positivamente no tema da transição energética, com 90,6% das metas estabelecidas pela ONU, atrás apenas da Noruega. Entre os indicadores avaliados estão a “percentagem da população com acesso à eletricidade”, a “utilização de combustíveis limpos”, a “eliminação das emissões de CO2 na geração de energia” e a “participação das energias renováveis no consumo final de energia”.

A FIRJAN refere ainda, no estudo, que, “ao trazer o G20 para o Rio de Janeiro, o Brasil não apenas reforça a sua presença no cenário diplomático internacional, mas também cria uma oportunidade única para abordar desafios específicos da região. É notória a necessidade de retomada do crescimento económico, bem como o avanço em políticas públicas para solução de gargalos históricos do país, como a melhoria da segurança pública e da infraestrutura logística. Há que ressaltar, contudo, a posição de destaque do Brasil em políticas de transição energética, em relação aos demais países do mundo”.

Recorde-se que o encontro do G20 no Brasil conta com a participação da África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia. Este grupo reúne os países com as maiores economias do mundo. Países como Angola, Egipto, Emirados Árabes, Espanha, Nigéria, Noruega, Portugal e Singapura são convidados pelo governo brasileiro para participação no evento.

Ígor Lopes

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