A ministra do Planeamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet, anunciou o nome dos secretários que formarão o primeiro escalão da sua pasta. Esta responsável ressaltou o respeito à igualdade de género no seu Ministério.
“Quero começar dizendo que o primeiro critério é a competência individual, a trajetória profissional de cada um. Mas dentro dos inúmeros currículos, dos economistas, administradores, nós fizemos questão de começar anunciando que aqui tem igualdade de género. Portanto, estão equiparados. Nós temos três homens e três mulheres [incluindo ela mesma] igualmente na escala, comandando a partir de agora esta pasta e este ministério tão importante”, ressaltou esta ministra.
O primeiro nome anunciado foi o do secretário-executivo, número dois na hierarquia da Pasta. Trata-se do economista Gustavo Guimarães, ex-secretário parlamentar, ex-secretário de Avaliação, Planeamento e Energia e ex-secretário Especial Adjunto da Fazenda, com passagens pelo Banco Central e Banco do Brasil. Gustavo tem especialização, mestrado e doutoramento em economia pela Universidade de Brasília (UnB).
Já a Secretaria do Planeamento será ocupada pela cientista política Leany Lemos, que tem mestrado e doutorado pela UnB e pós-doutorado pelas Universidades de Oxford e Princeton. Funcionária de carreira do Senado Federal, Lemos foi secretária do Planeamento, Orçamento e Gestão nos governos de Rodrigo Rollemberg (DF) e Eduardo Leite (RS). Também foi presidente do Banco de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
Para a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), o escolhido foi Paulo Roberto Bijos, consultor em orçamento e doutorando pela UnB, que já foi analista de planeamento e orçamento na SOF, além de auditor-federal de controlo externo no TCU e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
“Procurei, nessa diversidade, trazer linhas de pensamentos económicos diferentes. São os diferentes que vão fazer com que a gente possa chegar num denominador comum e não errar”, mencionou Simone Tebet.
A Secretaria de Assuntos Económicos, Desenvolvimento, Financiamento Externo e Integração Nacional ficará a cargo de Renata Amaral, professora de comércio internacional na Faculdade de Direito da American Univesity Washington College of Law. Renata é doutora em Direito pela UFSC e PhD pela Universidade de Maastricht, na Holanda, tendo atuado em órgãos multilaterais, como a OMC.
Por último, Simone Tebet anunciou Sérgio Firpo para o comando da Secretaria de Monitorização e Avaliação para o Aperfeiçoamento de Políticas Públicas. O novo secretário é economista e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), com graduação pela Unicamp, mestrado em economia pela PUC do Rio de Janeiro e mestrado em estatística e doutorado em economia pela Universidade de Berkeley, na Califórnia.
“A nossa prioridade é gastar bem o pouco que se tem. Eficiência, eficácia, isso requer um planeamento, uma avaliação periódica com monitorização das políticas públicas que estão sendo executadas pelo Governo Federal em todas as suas pastas. Isso requer que, ao lado do Ministério da Fazenda — que tem a chave do cofre na mão — sejamos rigorosos não só na análise legal, técnica, do orçamento, mas também da decisão do que gastar e como gastar dentro da prioridade”, afiançou esta ministra, que ressaltou ainda que o seu Ministério é formado “por um corpo de especialistas em economia e planeamento e que as primeiras decisões serão técnicas e só depois disso, virá uma análise política junto com a Casa Civil e demais ministérios”.
Segundo a ministra, a Pasta vai discutir as relevâncias das políticas públicas para levar as propostas a uma decisão final do presidente Lula. “Ele é o maestro-mor. Portanto, ele vai ter sempre a palavra final daquilo que é considerado prioridade quando estivermos diante de um impasse orçamentário”, afirmou Tebet.
Esta ministra brasileira recordou que, “cumprida a missão da igualdade de género, agora trabalhará no Ministério a questão da igualdade racial”. “Estamos conversando com oito mulheres e homens que possam estar somando connosco. Estamos conversando com homens e mulheres pretos e pardos para que a gente possa ter o Brasil aqui dentro do Ministério do Planeamento em cargos de adjunto, de diretorias. Este é o nosso objetivo para que a gente possa mostrar que competência cabe em qualquer lugar e é essa a grande mensagem que a gente tem: são pessoas que vão vir, primeiro, pela sua capacidade pessoal e experiência profissional”, finalizou Tebet.
Ígor Lopes