A área desmatada na Amazônia foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022, o equivalente ao tamanho do Catar, de acordo com números oficiais do governo federal divulgados quarta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Quando assumiu o comando do país, o presidente Bolsonaro encontrou a Amazônia desmatada em 7.536 km2.
Os números são do relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais. Este relatório é diferente do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que mostra os alertas mensais – e que já sinalizava recordes no aumento da devastação nos últimos meses.
De acordo com o Observatório do Clima, que é uma rede de entidades ambientais, apesar de queda neste último levantamento, o desmatamento na Amazônia cresceu 59,5% durante os quatro anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL): é a maior alta percentual num mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988.
Ainda segundo a entidade, o relatório do Prodes feito pelo Inpe, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), estava pronto desde o dia 3 de novembro e só foi divulgado agora, três semanas depois. Para o Observatório do Clima, a demora se deu por conta da COP 27, a Conferência do Clima da ONU, que foi realizada no Egito em novembro.
Na avaliação do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o avanço do desmate nesses últimos anos, principalmente sob o governo Bolsonaro, tem ligação direta com o enfraquecimento dos órgãos de fiscalização e, portanto, pela falta de punição a crimes ambientais.
Carlos Vasconcelos – Correspondente