A balança comercial do Brasil está a registar uma marca histórica, com o agronegócio a liderar os números, e alcançou um superávit de 62,4 biliões de dólares até agosto deste ano, marcando um aumento de 43% em relação ao ano anterior.
Essa tendência ascendente está a alimentar o otimismo entre os especialistas, que agora preveêm que o saldo entre exportações e importações pode superar 90 biliões de dólares até o final deste ano, o valor mais alto desde que os registros começaram em 1989.
O sucesso nas exportações é liderado por produtos como soja, milho e celulose, fortalecendo ainda mais a posição do Brasil como um grande fornecedor mundial de commodities. O Brasil está a capitalizar a reestruturação das cadeias globais de produção, desencadeada por eventos como a guerra na Ucrânia e as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
O valor das exportações não se deve apenas a aumentos nos preços dos produtos, mas principalmente a um notável aumento no volume exportado, ao lado de uma queda nas importações. Até o momento, as exportações totalizaram 224,578 biliões de dólares este ano, mantendo-se estáveis em relação ao ano anterior, enquanto as importações diminuíram 10,4%, atingindo os 162,168 billiões de doláres.
Economistas apontam que o crescimento impulsionado, principalmente, pelo aumento do volume das exportações, em vez de preços altos, é um ponto positivo, pois reduz a vulnerabilidade às flutuações de preços no mercado internacional.
No entanto, essa dependência contínua das commodities é vista como uma fragilidade, destacando a necessidade de diversificar a pauta de exportações e melhorar a competitividade industrial do Brasil.
Carlos Vasconcelos – Correspondente