Brasil: Banco Central “culpa” preços das commodities e da energia para a subida da inflação no país

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou nesta terça-feira (11) que a subida de preços das commodities e da energia elétrica, aliado a gargalos logísticos mundiais causaram um aumento inflacionário fora da meta planeada pela área económica. Dados revelados pelo IBGE indicam que a inflação de 2021 fechou em 10,06%, acima do limite máximo, que era de 5,25%.

“As pressões sobre os preços de commodities e nas cadeias produtivas globais refletem as mudanças no padrão de consumo causadas pela pandemia, com parcela proporcionalmente maior da demanda direcionada para bens e impulsionada por políticas expansionistas”, escreveu Campos Neto. De acordo com o IBGE, os preços de commodities alcançaram, no último trimestre de 2021, valores médios 46,2% e 45,3% superiores aos vigentes nos últimos trimestres de 2019 e 2020, respectivamente.

O fraco regime de chuvas no Brasil – indicado em bandeiras tarifárias de valores inéditos – pressionou para cima o custo do insumo. Além disso, indicou o presidente do BC, esgotamentos de stocks de insumos, escassez de semicondutores e aumentos de prazos de entrega e de preços dos fretes internacionais causaram a diminuição da oferta destes bens no país, elevando seus preços.

O câmbio também exerceu forte pressão inflacionária em 2021, mantendo um nível elevado desde o início da pandemia, em 2020. Como estas commodities e itens como o petróleo são cotados em dólar, a valorização da moeda norte-americana forçou para cima os índices de desgaste da moeda brasileira.

A manifestação do presidente do BC, por meio de carta pública endereçada ao ministro da Economia, é prevista no decreto de 1999 que prevê as metas de inflação. Caso o governo falhe em cumprir as metas, tanto para cima quanto para baixo, o presidente do Banco Central é obrigado a se manifestar.

Carlos Vasconcelos – Correspondente

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