Jogos Olímpicos correm risco de atrasos

Os Jogos Olímpicos começam daqui a seis meses no Rio de Janeiro e está tudo pronto, no entanto os atletas têm de se preocupar com repelente anti-mosquito, água poluída e a falta de televisão nos quartos.

Após a cerimónia de abertura, prevista para 5 de agosto, no estádio do Maracanã, 10500 atletas vão competir no que será um dos acontecimentos Olímpicos mais fotogénicos de sempre.

Segundo o porta-voz do comité organizador do Rio 2016, Mario Andrada, os Jogos Olímpicos serão “uma festa inesquecível”, mas os receios do vírus Zika, transmitido por mosquitos, e as consequências da pior crise económica no Brasil desde 1930, estão a provocar atrasos nos Jogos Olímpicos.

O Brasil já alertou as mulheres grávidas para não viajarem para o Brasil devido ao vírus Zika, e o Comité Olímpico australiano lançou um alerta às atletas grávidas para pensarem “com muito cuidado” antes de decidirem participar nas competições.

O Brasil está a tentar erradicar os locais de reprodução dos mosquitos e, segundo Mario Andrada, agosto é inverno no país, altura em que o número de mosquitos é inferior. Como ainda não está disponível nenhuma vacina a segurança total não pode ser garantida, por esse motivo foi aconselhado aos atletas e turistas para usare “roupas apropriadas”, “fecharem janelas” e “usarem repelentes”, referiu Andrada. Todavia os desportos aquáticos serão na Baía de Guanabra, no Rio de Janeiro, a qual está poluída, podendo assim ser um lugar de reprodução de mosquitos com vírus Zika, no entanto testes regulares têm mostrado que não existem riscos para a saúde, dizem as autoridades.

Por outro lado, o colapso nos preços das matérias-primas está a provocar a maior recessão no Brasil desde 1930. O Rio de Janeiro já está a fazer cortes nestes Jogos Olímpicos, desde equipamento à alimentação, passando pelo número de voluntários que serão reduzidos de 70 mil para 50 mil numa tentativa de pouparem em equipamento e formação.

Na área da segurança não será poupado dinheiro e cerca de 85 mil agentes da polícias vão estar nas ruas do Rio de Janeiro. O Brasil nunca nunca foi vitima de ataques terroristas de grande envergadura mas os países ocidentais estão preocupados que possa vir a ser um alvo. Mesmo sem o terrorismo, o Rio pode ser um lugar perigoso, devido às grandes áreas de favelas controladas por narcotraficantes. Mesmo assim, segundo Andrada, “o Rio será a cidade mais segura do mundo”.

Na semana passada, o gabinete do prefeito declarou que quase todos os locais desportivos estão concluídos, assim como a Vila Olímpica, que tem novos blocos de apartamentos ao lado de um bairro social demolido no ano passado. Também, uma nova linha de metro que passa por estradas congestionadas entre o centro e o oeste da cidade está 83% concluída.

No entanto o maior problema será na gestão da venda de bilhetes para o evento. A comissão organizadora confirmou que apenas cerca de metade dos bilhetes atribuídos aos brasileiros foram vendidos, mas os brasileiros são classicamente compradores de última hora e esses números podem mudar repentinamente.

Os Jogos Paraolímpicos, que começam imediatamente após os Jogos Olímpicos, são ainda mais preocupantes: apenas 330 mil dos cerca de três milhões de bilhetes foram vendidos e a organização está à procura de uma estratégia para melhorar as vendas de bilhete, reconheceu Mario Andrada, porta-voz do comité organizador dos Jogos Olímpicos.

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