Em comunicado emitido esta quarta-feira (11/1), a União Europeia declarou o seu apoio aos esforços do Brasil de investigar os responsáveis pelos ataques contra Brasília, no domingo.
“Saudamos os esforços contínuos para investigar os responsáveis pelos ataques à democracia brasileira e pelos atos de vandalismo contra a propriedade pública e o património histórico nacional”, refere o comunicado da UE.
O jornalista Jamil Chade comentou que o texto exalta que a “UE lembra que o exercício dos direitos e liberdades democráticas deve ocorrer com respeito à Constituição e às instituições democraticamente eleitas. As diferenças políticas não podem justificar atos criminosos ou colocar em questão os resultados de eleições democráticas”.
“A UE reitera sua confiança na democracia do Brasil e na força de suas instituições. Nossa convicção é que elas prevalecerão sobre a violência e o extremismo”, afirmou. A declaração desmonta qualquer insinuação por parte dos suspeitos de que as operações poderiam estar ocorrendo de forma irregular, ou violando direitos humanos.
Dentro do governo brasileiro, o gesto europeu de confiança nas instituições nacionais também segue o esforço do Itamaraty de dar uma mensagem de que o país conta com mecanismos para lidar com a crise e que não há um risco, nem para o governo e nem para a democracia.
A UE chamou os eventos de domingo de “motins e um ataque aberto contra as instituições democráticas do país”, além de qualificar os atos como “vandalismo” diante da posse do “presidente democraticamente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva”.
A União Europeia “condena firmemente estes atos chocantes de violência política, e o ataque inaceitável contra a democracia que eles representam”, disse. “Expressamos nossa solidariedade ao Presidente Lula e às instituições brasileiras em sua defesa da democracia, e apoiamos as medidas adotadas para restaurar a ordem e o respeito ao Estado de Direito”, pode-se ler na declaração.
No documento, a Europa ainda sinaliza que quer “reforçar” o “compromisso de trabalhar em conjunto com o recém-formado governo brasileiro a fim de fortalecer nossa parceria estratégica mutuamente benéfica e de defender nossos valores comuns”. “Esperamos aprofundar e ampliar nosso relacionamento com o Brasil na defesa e promoção da democracia, do Estado de direito e dos direitos humanos”, refere a UE.
“Também esperamos intensificar nosso trabalho conjunto em prol do desenvolvimento inclusivo, justo e sustentável, assim como em outras áreas de interesse mútuo. Na busca destes objetivos, a UE está pronta para intensificar seu engajamento com as autoridades brasileiras e para apoiar ainda mais o papel da sociedade civil”, reitera o documento.
Carlos Vasconcelos – Correspondente