Os eleitores brasileiros estão cada vez mais incrédulos com a situação política nacional. A cada dia, uma nova denúncia de corrupção em Brasília traz à tona a fragilidade do governo actual, liderado por Michel Temer. O cenário de crise política, com pedidos de impeachment de Temer, procuram antecipar as eleições de 2018. Especialistas garantem que esse momento passou. É difícil que haja um pleito antecipado.
Havendo eleições 2018, a lista de candidatos é grande. Os principais partidos apresentam informalmente possíveis nomes que poderão concorrer ao cargo máximo em Brasília. Um dos apontados, e que lidera as pesquisas eleitorais, é o ex-presidente Lula, que foi, recentemente, condenado a prisão por corrupção. E se Lula não for um dos candidatos, quem poderá disputar a preferência dos brasileiros?
Do lado do Partido dos Trabalhadores (PT), os mais cotados para substituir Lula são o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, nomes que não mantém o mesmo apoio que Lula obtém dentro e fora do partido. Ambos apresentam propostas voltadas para os trabalhadores, mas seguem a linha do PT, que não é mais aprovada pela maioria dos brasileiros.
Na vertente política de direita, o senador Aécio Neves, derrotado em 2014 pela ex-presidente Dilma Rousseff, é um dos acusados no âmbito da Operação Lava Jacto, o que pode impedir que concorra em 2018. Outros dois nomes que ganham força são o actual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o actual prefeito paulista, João Doria, que investe uma grande soma de dinheiro próprio em campanhas de marketing dos seus feitos e programas e que diz estar na política “para desempenhar papel de gestor e não de político”. Muitos apoiam o seu mandato e as suas acções. Doria mandou apagar grafites pela cidade de São Paulo e, com a ajuda da força policial, invadiu o território da Cracolándia, ambiente frequentando por traficantes e por usuários de craque.
Marina Silva será provavelmente a imagem feminina nas eleições. Eterna candidata e defensora das políticas ambientais, Marina já foi derrotada nas urnas por Dilma Rousseff e por Aécio. Em 2018, Ciro Gomes será outro nome que poderá figurar como candidato à Presidência da República. Conservador e com um discurso voltado para as questões económicas, Ciro Gomes nega-se a concorrer caso Lula seja uma das opções do eleitorado, pelo simples facto de acreditar que o ex-presidente é mais “mediático do que eficiente e que atrairia votos pela sua popularidade, esvaziando as discussões em torno de temas importantes”.
Mais polémico, o deputado Jair Bolsonaro figura também na lista de possíveis candidatos. Ele é defensor da veia militar, defende a família e os bons costumes e é acusado de ser homofóbico. Em 2014 tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal por dizer à deputada Maria do Rosário que não a “violaria” porque ela “não merecia”. Se Bolsonaro for condenado, ficará inelegível. Mas, se puder concorrer, promete valorizar aspectos como a segurança, com a devida valorização aos servidores da segurança pública.
“O estado só é forte quando a sua base, a família, e a sua defesa, os profissionais de segurança pública e das Forças Armadas, são fortes”, atesta Bolsonaro, que defende ainda o porte de arma de fogo por parte dos cidadãos, como forma de “defender a sua família e o seu património”.
