Para ultrapassar os desafios económicos pelos quais passa o Rio de Janeiro, boa parte da população está a investir no mercado de franquias. Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) confirmam que esse movimento cresceu acima da média nacional no Estado do Rio de Janeiro.
Estudo dessa entidade mostram que houve um crescimento de 13% em número de marcas que operam no Rio no segundo trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Já em relação ao faturamento, o relatório da ABF sugere uma expansão de 5,1% no País e de 13,8% no Rio, no comparativo entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano. Entre abril e junho deste ano, o segmento faturou R$ 3,9 mil milhões.
Economistas consulados pela nossa reportagem avaliaram que o investimento nesse tipo de segmento acontece em virtude do “movimento de recuperação gradual na economia do estado do Rio de Janeiro”.
“Este crescimento não é de redes de franquia com sede no Rio de Janeiro. Trata-se de um crescimento no número de marcas de todo o País que começaram a operar no Rio”, comentou Eliane Bernardino, presidente da ABF. Essa responsável explicou também que o número de redes de franquia que operam no Brasil está estável, chegando a 2,8 mil, embora tenha havido crescimento no número de redes que operam no mercado fluminense.
O índice de abertura de lojas no segundo trimestre foi de 3,1%, contra o encerramento de 1,3% de unidades, o que gerou um saldo de 1,8%. O resultado é melhor do que o do primeiro trimestre, quando o saldo fechou em 1%.
Nova tendência
Na opinião dos governantes fluminenses, o número de atividades ligadas ao ramo de franchising tende a aumentar ainda mais, como forma de superação num momento em que o Rio de Janeiro precisa recuperar e estabilizar a sua economia.
“A expectativa é que o setor de franchising cresça mais ainda no Estado do Rio, ao aproveitar o novo ciclo de recuperação económica que o estado já vive, baseado na renovação da sua indústria de óleo e gás, devido aos novos leilões de campos de exploração que têm sido realizados. Além disso, temos melhorado o ambiente de negócios para o setor, com ganho de eficiência na abertura de novos negócios e na modernização de processos da Junta Comercial do Rio de Janeiro. Outra forma de apoio ao setor parte da Agência Estadual de Fomento (AgeRio), que oferece linhas de financiamento, orientação financeira e acompanhamento do crédito, para investimentos em franquias”, disse o subsecretário de Desenvolvimento Económico do Rio, Paulo Renato Marques.
Segundo a ABF, o Brasil conta hoje com 2.845 marcas de franquias, sendo que destas, entre as associadas e ex-associadas, 716 operam no estado do Rio de Janeiro. A entidade reitera que os segmentos com a maior concentração de marcas no Rio são alimentação (169); Saúde, Beleza e Bem-Estar (136); Moda (119); Serviços Educacionais (81); e Casa e Construção (59). Já em relação a unidades franqueadas, são 150.131 lojas no Brasil e 10.083 no Rio.
Turismo alimenta economia
Outro movimento que promete ajudar a melhorar a economia no Rio é o turismo. Fontes do governo do estado revelam que o turismo marítimo deverá trazer ao Rio de Janeiro mais de 380 mil turistas entre outubro deste ano e abril de 2019. A previsão é que cheguem ao Porto carioca 28 navios no total, sendo 20 de longo curso.
Estima-se que haverá 103 atracações, dez a mais que na última temporada (2017/2018). O primeiro navio a atracar no Rio será o “Aida Aura”, com capacidade para 1.266 passageiros, no dia 24 de outubro. Até 29 de outubro serão mais quatro embarcações, trazendo cerca de 12 mil turistas à cidade. A temporada contará ainda com o “MSC Seaview”, com capacidade para 5,4 mil passageiros, maior e mais moderna embarcação a realizar uma temporada no Brasil.
Na temporada anterior, de 2017/2018, a área de turismo do Rio observou um aumento do número de viajantes quando comparada à 2016/2017. Por essa razão, o secretário de Estado de Turismo do Rio, Nilo Sergio Felix, acredita que será possível ver uma evolução dos números de embarcações que vão passar pelo Rio ainda este ano.
“Segundo estudo da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), houve um aumento significativo de mais 418 mil cruzeiristas em sete embarcações. Ao todo, a temporada de 2017/2018 movimentou R$ 1,792 mil milhões no setor. Estes números só confirmam o quanto a temporada de cruzeiros impacta na economia e até mesmo na geração de empregos nos destinos turísticos e empresas do trade”, explicou Félix.
De acordo com Alexandre Gomes, gerente de operações do Píer Mauá, local onde atracam os navios no Rio, haverá crescimento do número de embarcações de longo curso no local.
“Voltamos a ter uma temporada de três dígitos. Na última, tivemos 95 escalas e nesta serão mais de 100”, ressaltou Gomes.