A Polícia Federal brasileira prendeu hoje um grupo suspeito de planear um ataque terrorista durante os Jogos Olímpicos, a apenas 15 dias dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Dez pessoas foram detidas pela PF, com autorização judicial, em São Paulo e Paraná. Outros dois estão a ser procurados.
O grupo foi recrutado pelo Estado Islâmico (EI) pela internet e, entre os presos, há um menor de idade. Nesta operação houve a cooperação com serviços de inteligência de outros países para a prisão dos suspeitos, que mantinham um canal de comunicação com os membros do EI.
O presidente interino, Michel Temer, recebeu informações sobre a operação na manhã desta quinta-feira e reuniu com os ministros da Justiça, Alexandre Moraes; do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, e com o diretor-geral da PF, Leandro Daiello.
Em Brasília, Moraes afirmou que foram expedidos 12 mandatos de prisão temporária por 30 dias, em 10 estados. As prisões realizadas em São Paulo e Paraná foram as primeiras feitas com base na lei anti terror, de 16 de março deste ano.
O ministro da Justiça declarou, ainda, que o serviço de inteligência brasileiro (Abin) detetou que o grupo planeou “atos preparatórios” de ataques após começar a comentar em aplicações como Whatsapp e Telegram.
As quebras de sigilo de dados telefónicos mostraram indícios de que os investigados preconizam a intolerância racial, de género e religiosa, além do uso de armas e táticas de guerrilha para alcançar os seus objetivos, de acordo com a Justiça Federal.
A ação dos policias federais ocorre dias depois de o Site Intelligence Group, portal especializado no monitoramento das atividades jihadistas, afirmar que um grupo de radicais brasileiros declarou lealdade ao líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, e criou um canal no serviço de mensagens instantâneas Telegram.
O governo não vai divulgar os nomes dos detidos para assegurar a eventual realização de novas fases da operação.
Antes da prisão desta quinta-feira, o governo brasileiro já tinha anunciado que reforçará o plano de segurança para o evento após o atentado de 14 de julho em Nice, sul de França, no qual morreram 84 pessoas. As autoridades afirmaram que vão intensificar os controlos durante a competição, que começa em 5 de agosto.