Durante uma formação sobre direitos humanos em Cabinda, orientada pela ONG cristã “CONACCE CHAPLAINS“, uma organização reconhecida pelas Nações Unidas, no sábado 25 de Março 45 pessoas foram detidas sem que tivesse sido avançado “qualquer termo de acusação para justificar as detenções ou que suposta justificação terá levado a essa detenção”, confirmou o advogado Arão Bula Tempo à e-Global.
No decorrer de 48 horas após as detenções, a maioria dos interpelados foi liberta, permanecendo “na prisão e sem qualquer explicação” Kavada Macosso Rock Sosthen, do Congo Brazzaville e representante da “CONACCE CHAPLAINS”, e o seu filho Kavada Rock Junior, mas também seis activistas cabindeses entre os quais o coordenador da Associação para o Desenvolvimento da Cultura dos Direitos Humanos (DCDH), Alexandre Kuanga Nsito, Alberto Paulo Macosso do Alto Conselho de Cabinda (ACC) bem como Wilfrido Gomes, Mateus Bernardo Gimbi, Francisco Lufuilo e Gomes Tangui.
De acordo com o advogado Arão Bula Tempo os activistas detidos deveriam ter sido julgados num processo sumário no Tribunal da Comarca de Cabinda esta segunda-feira 27 de Março, porém o processo não teve lugar devido ao Tribunal “estar em greve”, assim como a “rumores” que apontam que “o Procurador terá recusado receber o auto de notícia por falta de fundamentos sobre as detenções”.
“Nestas circunstâncias a polícia obrigou-se a levá-los ao SIC (Serviço de Investigação Criminal), cujos interrogatórios iniciaram somente na terça-feira”, estando previsto terminarem esta quarta-feira 29 de Março.
Arão Bula Tempo afirmou estar “muito preocupado” com o tratamento e condições de detenção de que são alvo os activistas. “Houve tortura, foram algemados e alguns até ao momento encontram-se apenas de calções e com camisolas rasgadas, e continuam nas celas onde tudo se faz, defecar e urinar, e nas mesmas a recebem as refeições”, denunciou o advogado.
One Comment
Quando se vive sob um régime de lupenos tudo é de esperar.
Para o régime tudo que nao é da sua iniciativa é para ser esmagado.
Depois como é que esta organizaçao chegou a organizar o encontro se o regime nao autorizou…