O comando das Forças Armadas de Cabinda (FAC), braço armado da Frente de Libertação do estado de Cabinda (FLEC), anunciou esta segunda-feira 22 de Agosto a morte de várias dezenas de soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA) em quatro operações militares na região de Belize em Cabinda.
Através de um comunicado o Chefe Operacional das FAC, Tenente-general Zé Roberto Pereira Tshibulu-Nzau, informou que nesta segunda-feira “às 04h53 horas na aldeia de Kai-Viedi, uma unidade do comando de operações especiais das Forças Armadas de Cabinda (FAC), efectuou um ataque contra um pelotão das FAA”. Os confrontos que duraram duas horas, resultaram na morte de 8 soldados angolanos e dois ficaram gravemente feridos”, avança o documento que acrescenta que “uma mesa de voto foi destruída pelos militares das FAC durante a operação”.
No mesmo dia, às 05h27 horas as FAC “surpreenderam militares das FAA na aldeia Tsuku-Tadi. Nesta operação 3 militares angolanos perderam a vida”. Por volta das 06h00 horas, na aldeia Tsola-Povo, região de Belize, a guerrilha independentista lançou “um ataque contra uma patrulha das FAA, que resultou em 4 mortos e vários feridos do lado das FAA”. Numa acção em que a guerrilha perdeu dois combatentes. Nesta localidade as “mesas voto desta localidade foram destruídas pelos militares das FAC”, lê-se no mesmo documento.
Segundo o Chefe Operacional das FAC, no domingo, 21 de Agosto, às 13h15 horas, na localidade de Ntando-Matselele, as FAC “atacaram uma unidade das FAA que se preparava para lançar uma ofensiva contra uma posição dos combatentes das FAC. Nesta operação 26 militares angolanos foram mortos, dos quais um tenente-coronel, e registados 14 feridos”.
O Tenente-general Zé Roberto Pereira Tshibulu-Nzau informou também que “uma antena de Telecomunicações que garantia as comunicações de três bases militares das Forças Armadas Angolanas (FAA), em Belize, Buco Zau e Necuto, foi destruída por um comando das FAC no centro da aldeia Ntando-Matselele, Belize”.
Em Abril o porta-voz da FLEC-FAC, Jean Claude Nzita, apelara a “todos os cabindeses a boicotarem as eleições angolanas em Cabinda” e defendeu que “os partidos políticos angolanos são representativos unicamente dos interesses políticos angolanos e não de Cabinda”. Para a FLEC-FAC “votar nas eleições de Angola é um acto antipatriótico e de submissão ao colonialismo angolano”, vincara o porta-voz da organização independentista.