Qualificando de “posicionamento irrealista” a direcção política da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC-FAC) reagiu ao anúncio do presidente da UNITA e coordenador-geral da Frente Patriótica Unida (FPU), Adalberto Costa Júnior, relativo à criação da região autónoma de Cabinda.
“Presenteando Cabinda com uma ilusória autonomia Adalberto Costa Júnior reforça o seu lugar ao lado de outros políticos angolanos que controlam ditatorialmente o país desde 1975 e que consideram Cabinda como uma inegociável colónia angolana”, lê-se no comunicado da FLEC-FAC divulgado esta terça-feira 24 de Maio, que sublinha que os “cabindas não mendigam por um estatuto político a ser demagogicamente presenteado como uma esmola de políticos angolanos numa busca desesperada de votos num território que recusa a ocupação por Angola”.
Para a direcção política da FLEC-FAC os cabindas “exigem o direito de decidirem sobre o futuro político de Cabinda e o seu direito à autodeterminação através de um referendo que contemple a Independência”, e o movimento independentistas vinca que “compromete-se a respeitar escrupulosamente o resultado do referendo e exige aos políticos angolanos que tenham a coragem de dar um passo para um referendo em Cabinda”.
No mesmo documento, assinado pelo porta-voz da FLEC-FAC, Jean Claude Nzita, defende que os cabindas “não querem ser instrumentalizados pelos partidos angolanos e seus líderes que em período eleitoral disparam promessas vãs já repetidas no passado e nunca cumpridas” e insiste que os cabindas “não devem votar em eleições angolanas que apenas servem para legitimar a repressão e colonização de Cabinda por Angola”.
O porta-voz da FLEC-FAC interpela também Adalberto Costa Júnior, “assim como a qualquer político do MPLA ou de outro partido angolano”, relativamente à ausência de reacções face às “prisões arbitrárias em Cabinda” ou “quando as FAA executam friamente refugiados cabindeses nos Congos, quando são proibidas e reprimidas reuniões ou manifestações pela paz em Cabinda”.
“Votar nas eleições angolanas é contribuir no genocídio da identidade de Cabinda, amordaçar a nossa liberdade, insultar os nossos antepassados, hipotecar a nossa história e vender o nosso direito à autodeterminação”, lê-se no mesmo documento.
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