Após um período de silêncio, Alexandre Tati Builo e Estanislau Miguel Boma, respectivamente o presidente e o chefe de Estado Maior General da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda – Forças Armadas Cabindesas (FLEC/FAC), defendem a realização de uma “conferência sem constrangimento” em Portugal sobre Cabinda.
Para os dirigentes da FLEC/FAC o Parlamento de Angola “pode homologar um despacho autorizando os cabindas, nomeadamente as sensibilidades políticas, autoridades tradicionais, sociedade civil e a diáspora” para a referida reunião, a fim de discutirem “livre e democraticamente” uma “agenda política negocial e uma comissão representativa encarregue de negociar com Angola sob supervisão da ONU e da União Africana o processo de autodeterminação politica do Território de Cabinda”.
Através de um comunicado de imprensa difundido esta segunda-feira, 10 de Maio, a FLEC/FAC critica a “incessante militarização de Cabinda” bem como a “repressão política de que são vítimas as suas populações indefesas enquanto declarações de dirigentes políticos angolanos comemoram paz e reconciliação num território ainda em conflito armado”.
No mesmo documento Alexandre Tati Builo e Estanislau Miguel Boma criticam também os “processos de aliciamento de nulo efeito atribuindo postos fictícios a originários de Cabinda sem mandato e sem liberdade política para defender os interesses do Povo de Cabinda sob pena de represálias, fomentando assim mais divisões susceptíveis de futura guerra civil entre cabindas”, e sugerem aos dirigentes políticos angolanos de organizarem “um processo justo e credível para uma verdadeira solução politica do conflito”.
Como “trâmites” essenciais para a construção de uma solução política do conflito, a FLEC/FAC elenca a necessidade de um “acordo de cessar-fogo provisório para a criação de um clima de confiança propício a futuras negociações políticas sobre o futuro político do Território de Cabinda”; a “libertação dos prisioneiros de guerra e de opinião, mas também das liberdades de expressão, de opinião, de reunião e de manifestação pacífica até hoje confiscados”; a realização da Conferência em Portugal; e por fim um processo de “implementação do futuro acordo político global de paz para Cabinda, inclusive o processo de desmilitarização gradual do território assim como a organização política do Estado de Cabinda” que “poderá ser monitorizado por mecanismos da ONU”, lê-se no documento.
One Comment
Jose Macosso