Na passada quarta-feira, no final da reunião dos ministros das Finanças de África e do Grupo do Banco Mundial, Olavo Correia, presidente do African Caucus 2023 e Vice-Primeiro Ministro e Ministro das Finanças de Cabo Verde, afirmou que é intenção do Banco Mundial alterar a sua missão em África, com foco no combate á pobreza e às desigualdades sociais e à criação de emprego qualificado, no entanto o que áfrica pretende é menos burocracia na implementação de projetos.
Cabo Verde foi escolhido em 2022 para presidir e ser sede do African Caucus 2023, reunião anual que junta os ministros das Finanças e do Planeamento e governadores africanos dos bancos centrais junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Grupo Banco Mundial.
O ministro das Finanças de Cabo Verde, afirmou que os governantes africanos estão a discutir a “mudança do ponteiro” naquela que é a missão do Banco Mundial em África, que passa a ter foco no combate à pobreza, à pobreza extrema e às desigualdades sociais e na criação de empregos qualificados e bem remunerados para os jovens e mulheres.
“O grande desafio que existe em África hoje tem a ver com a criação de empregos qualificados e bem remunerados, para os jovens africanos, para as competências africanas, para ficarem em África e para criarem valor em África”, acrescentou ainda Olavo Correia.
O foco da reunião esteve nos desafios de futuro, particularmente a transição energética, edificação de uma economia de baixo carbono e circular, transição digital e necessidade de diversificação da economia africana, refere ainda o ministro. Deixando o alerta para que “se não houver uma posição comum, a nossa posição será fragilizada e não terá utilidade”.
“Muitas vezes, as instituições são muito burocratizadas, os processos demoram muito tempo, o ciclo de um projecto muitas vezes demora dois anos para começar, mais três ou quatro para implementar, estamos a falar de seis, sete anos, é demais”, lamentou.
Olavo Correia falou ainda da importância que os projectos sejam grandes, pois os pequenos em muitas circunstancias não trazem vantagens para os países africanos. “Precisamos de projectos grandes, programáticos, que possam provocar grande impacto, fazendo escala”