O presidente da Associação Pró-Praia, José Jorge de Pinda, disse esta terça-feira, 30 de outubro, que a associação estava “ansiosa” pela aprovação, na especialidade, da Proposta de Lei que cria as Regiões Administrativas. No entanto, avisou que só irá apoiar a medida se for implementado o Estatuto Especial para a Cidade da Praia, capital de Cabo Verde.
“Estamos crentes que essa aprovação, na generalidade, será seguida da aprovação na especializada, salvaguardando alguns princípios, designadamente a constituição das regiões de Santiago Sul e de Santiago Norte, desencadeando assim a criação da zona metropolitana da Praia que integra Ribeira Grande de Santiago, Praia e São Domingos”, afirmou a orgãos de comunicação social locais.
José Jorge de Pinda defendeu que o modelo de regionalização deveria ser “bem socializado”, seguido de referendo e de reforma do Estado. “Adicionalmente, preferiria que se trabalhasse um novo modelo de representação/sistema do parlamento, sistema político de governação (tipo presidencial) e adaptar todo o sistema de estruturação da administração do país à extrema pobreza que caracteriza o país”, explicou.
O rosto da Associação Pró-Praia sublinhou que a mesma “sempre esteve a favor da regionalização/descentralização”, tendo lembrado que os habitantes de Santiago “sofrem na pele as mais temíveis consequências da centralização” dos diferentes setores, principalmente do mar e do porto, da logística de combustíveis e cereais, e ainda da eletricidade. O presidente defendeu também que “devia haver um trabalho aturado de base junto da população sobre o conceito e o modelo até se chegar a um formato implementável/aceitável pela maioria dos cabo-verdianos”.
Pinda disse acreditar que, com a implementação da regionalização, a Praia irá poder, “finalmente”, erguer a sua escola do mar, o seu centro de convenções e o parque industrial, uma vez que que contará com um governo regional “militante e responsável”, que irá perceber que a cidade e ilha “têm tudo para se dar bem no mar, negócios, turismo e indústria”. “Praia terá tudo a ganhar, pois, com e regionalização, já que temos condições para, trabalhando bem, sol a sol, como sempre fazemos, é possível optimizarmos os ganhos e o desenvolvimento que as nossas potencialidades ligadas ao mar/porto, agro-negócios, indústria e turismo, finanças e TIC podem proporcionar”, acrescentou.
A Proposta de Lei que cria as Regiões Administrativas foi aprovada na última sessão plenária deste mês de outubro, na generalidade, com 41 votos, sendo 37 do Movimento para a Democracia (MpD), dois do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e dois da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID).