Um emigrante cabo-verdiano que vive nos Estados Unidos da América (EUA) há mais de 40 anos, chamado César da Silva, acusou o Governo de Cabo Verde de boicotar o recenseamento eleitoral da diáspora.
Segundo o próprio, tal deve-se ao medo que o Governo tem de enfrentar, nas urnas, o descontentamento da diáspora nas eleições legislativas e presidenciais, marcadas para 18 de abril e 17 de outubro, respetivamente.
De acordo com a mesma fonte, natural da Brava e radicada em Boston, que fez declarações à imprensa em representação da comunidade cabo-verdiana nos EUA, a diáspora está muito decepcionada com a falta de zelo do Governo e da Comissão de Recenseamento Eleitoral (CRE) em criarem as condições para o normal funcionamento do recenseamento eleitoral.
“As condições são precárias para a diáspora e mostra falta de respeito com a comunidade emigrada. Não houve nenhuma preparação da CRE ou do consulado, com informações sobre o recenseamento. A publicidade só foi feita depois do arranque do processo, o que atrasou ainda mais a ida das pessoas aos postos de recenseamento”, criticou.
Em relação a este tema, o Governo afirmou na passada quarta-feira, 06 de janeiro, que a situação se devia às dificuldades de mobilidade no contexto da pandemia da Covid-19. Este foi o argumento utilizado no Parlamento, depois de ter sido criticado pela oposição sobre o atraso no recenseamento na diáspora.
O secretário de Estado-adjunto do ministro do Estado, Carlos Monteiro, assegurou que há, da parte do Governo, “todo o engajamento para assegurar a participação efetiva dos imigrantes nas próximas eleições”.