A dívida interna de Cabo Verde subiu 13,8% desde o início de 2021. Esta percentagem representa 95.949 milhões de escudos, de acordo com o mais recente relatório estatístico mensal do Banco de Cabo Verde (BCV).
No documento pode ler-se que o endividamento interno do governo central ascendia a cerca de 84.315 milhões de escudos no início do ano. A quantia cresceu mensalmente até ao pico registado em julho, traduzindo-se num crescimento nominal, em sete meses, superior a 11.634 milhões de escudos.
Tendo em conta a ausência quase total de receitas do turismo desde março de 2020, devido à crise causada pela pandemia da Covid-19, o Governo cabo-verdiano teve de recorrer ao endividamento interno, através de Obrigações do Tesouro (maturidades longas) e Bilhetes do Tesouro (maturidades curtas), para financiar as medidas de apoio à economia e às famílias.
No final de 2019, antes da crise derivada da pandemia, o ‘stock’ do endividamento interno do Governo central rondava os 73.343 milhões de escudos.
O país vive uma grave crise económica e social, tendo sofrido em 2020 uma recessão económica histórica de 14,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Antes da Covid-19 era previsto que a economia crescesse mais de 6%.