As associações que representam os estudantes cabo-verdianos em Portugal afirmam que a subida do preço de renda das habitações é um dos maiores obstáculos à continuação de estudos. A situação é “cada vez mais insustentável”.
Segundo as declarações do presidente da União de Estudantes Cabo-Verdianos em Lisboa (UECL), Edson da Veiga, feitas à “Inforpress”, os estudantes cabo-verdianos têm enfrentado esse aumento com “muita dificuldade”, principalmente em Lisboa, capital portuguesa. Houve um aumento de cerca de 30% no preço dos quartos, referiu.
“Esta situação tem-se tornado cada vez mais insustentável para os estudantes, principalmente aqueles que têm carências económico-financeiras, cujos pais não conseguem suportar esses custos. A primeira opção normalmente passa por viver em casa dos familiares, o que nem sempre corre bem, e em alguns casos são expulsos ou condicionados no seu estudo pelos familiares”, acrescentou.
O mesmo problema foi mencionado pelo presidente da Associação de Estudantes Cabo-verdianos em Coimbra (AECC), Jonathan de Pina, que partilhou igualmente que um dos motivos dos estudantes abandonarem os estudos deve-se ao preço da habitação, que tem “aumentado muito”.
“O valor que as estudantes bolsistas recebem do Governo é pouco, não ajuda nem para pagar a renda de casa, alimentação ou propina”. O aumento “absurdo” das rendas não ajuda, explicou.
Também a presidente da Associação de Estudantes Africanos em Bragança (AEAB), Romana Brandão, disse que, com a subida do preço dos quartos para estudantes, está a ser “complicado” manter os estudos.
“Para os estudantes cabo-verdianos ainda está a ser um pouco complicado pelas questões económicas do próprio país, por isso a opção de muitos estudantes cabo-verdiano é estudar e trabalhar para manter e pagar essas mesmas despesas. As residências são compartilhadas”, esclareceu.