O antigo primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves alertou que, se o dossier sobre o empresário colombiano-venezuelano Alex Saab não for gerido de uma forma inteligente, poderão haver “enormes prejuízos” à imagem externa do arquipélago.
Recorde-se que Saab é o alegado testa de ferro do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Como tal, José Maria Neves considera que o caso exige serenidade, inteligência e sentido de bem comum.
O político aconselhou então as autoridades políticas e governamentais a “arrepiar caminho” e a respeitarem “escrupulosamente” os princípios basilares do Estado de Direito Democrático. De acordo com a mesma fonte, é necessário procurar consensos e compromissos entre os órgãos de soberania e os principais atores políticos.
Para o ex-primeiro-ministro, em nenhuma circunstância tal questão devia ser utilizada como arma de arremesso político e objeto de disputa partidária, ainda que em tempos de eleições, ressalvando que nesses momentos de crise os interesses nacionais falam mais alto.
A opinião do ex-governante foi manifestada através da página oficial do Facebook, tendo o texto começado com uma abordagem aos impactos da Covid-19 em Cabo Verde.
Segundo José Maria Neves, a pandemia veio pôr a nu as “insuficiências” do sistema nacional de saúde, as “ineficiências” dos serviços públicos e a “fragilidade” do tecido empresarial. Foram igualmente apontadas a “precariedade” do mercado de trabalho, as “manchas” da pobreza, as “desigualdades” sociais e as vulnerabilidades do país.