O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde descartou qualquer possibilidade de aumento salarial na função pública para 2022. Segundo Olavo Correia, se tal acontecesse causaria um desequilíbrio orçamental e financeiro.
As declarações foram feitas depois da reunião do Conselho de Concertação Social, onde foram discutidas as linhas orientadoras para elaboração do Orçamento de Estado do próximo ano. Apesar da previsão do aumento da inflação para 2% e da proposta dos sindicatos, o governante assegurou que não vai haver aumentos salariais.
“Nós não temos condições, neste momento, face às condições orçamentais e financeiras, para procedermos, no próximo orçamento, ao aumento salarial na função pública, porque o cenário é muito difícil”, declarou.
Correia acrescentou que, em contrapartida, o Governo irá trabalhar para garantir a estabilidade de preços. O aumento salarial não está em cima da mesa porque, continuou, o Estado tem verificado perda de receitas acumuladas na ordem dos 60 milhões de contos (544 mil euros) em três anos.
É preciso garantir os “compromissos obrigatórios”, frisou. “Para 2022, temos de ser muito francos com os cabo-verdianos. O cenário é muito difícil. Estamos num momento de privação, de restrição. Os sinais são positivos, mas temos ainda de nos esforçar para encontrarmos os melhores caminhos”, concluiu.