O Governo cabo-verdiano informou que vai avançar brevemente com medidas que visem diminuir o aumento dos preços dos produtos de primeira necessidade. Cabo Verde é um dos vários países, a nível mundial, que está a sofrer uma crise devido à instabilidade internacional e aos efeitos da pandemia da Covid-19.
“O Governo está a trabalhar para que possamos apresentar soluções para mitigarmos esses efeitos e para evitarmos que haja uma deterioração do poder de compra das pessoas, sobretudo aquelas que têm menos rendimentos, e para que possamos garantir um clima social estável”, disse o ministro das Finanças, Olavo Correia, citado pelo “Expresso das Ilhas”.
A afirmação foi feita à margem da conferência “Serviços financeiros digitais justos e seguros”, realizada na sede do Banco de Cabo Verde. O governante acrescentou que se vive atualmente uma “economia de guerra”, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, com efeitos económicos globais.
“Um mundo muito imprevisível, muito incerto, inseguro também. E estamos a presenciar uma escalada em termos de aumento de preços, produtos petrolíferos, combustíveis, bens de primeira necessidade e transportes internacionais. E sendo Cabo Verde um país tomador de preços, esses impactos têm implicação direta na economia cabo-verdiana (…) Proximamente o Governo fará uma comunicação sobre essa matéria”, partilhou.
Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), os preços no arquipélago africano aumentaram 0,7% no passado mês de fevereiro. Trata-se de uma subida de 7,1% comparativamente ao mesmo mês de 2021.
Este aumento está a sentir-se principalmente em bens de primeira necessidade, como o pão ou o óleo. “Se há um aumento de preço a nível internacional em relação aos produtos que são livres no mercado, a IGAE [Inspeção-Geral das Atividades Económicas] não pode intervir para fazer baixar o preço. Mas o Governo, através de políticas públicas que estão a ser analisadas, irá tomar um conjunto de medidas para tentar mitigar os efeitos em relação ao aumento de preços nos produtos de primeira necessidade”, garantiu Olavo Correia.