O Governo cabo-verdiano quer que sejam revistos os objetivos de curto prazo da Cabo Verde Airlines (CVA). Uma das medidas que defende é a redução da aposta nos voos internacionais a nível de destinos mais distantes, optando por focar em nichos de negócio, devido à pandemia da Covid-19.
Esta posição sobre voos internacionais, partilhada numa altura em que o Governo ainda negocia o apoio estatal à companhia, privatizada em 2019 mas desde março sem atividade comercial devido à pandemia, surge num dos documentos de apoio à proposta de lei do Orçamento Retificativo para 2020. O diploma irá ser levado a votação final no Parlamento na próxima semana.
“O Governo, ciente destas novas variáveis que deverão levar à alteração dos fluxos internacionais de passageiros e cargas, e ciente da condição periférica do país, e enquanto acionista da CVA, entende e assume que a companhia deverá revisitar os seus objetivos estratégicos de curto prazo”, pode ler-se no documento.
“Sem pôr de lado a estratégia de criação do centro de redistribuição de passageiros e carga localizado no Sal, os tráfegos étnico e turístico deverão emergir com nichos de negócio para as quais a CVA deve olhar com maior interesse e absorvê-los como mercado alvo”, aconselhou o Governo à companhia aérea.
“Por um lado, porque são mercados que mais depressa irão reagir no pós-covid-19, e por outro lado porque a pandemia continuará a impactar negativamente no tráfego internacional de passageiros por mais alguns anos, segundo informações da IATA”, explicou.