A líder do PAICV voltou a tecer críticas ao Governo, tendo desta vez acusado o mesmo de “falta de capacidade e sensibilidade” para dar repostas aos problemas que nestes “quase três anos afectam São Vicente”. Janira Hopffer Almada questionou também o Governo “para quando o cumprimento das promessas eleitorais”, tendo estas declarações sido feitas hoje, 08 de novembro, durante uma conferência de imprensa realizada na cidade da Praia.
O novo ataque ao Governo foi realizado após o balanço da visita de dois dias que a presidente do partido da oposição fez à ilha de São Vicente, tendo a mesma referido que, após quase três anos, a ilha continua a ser governada “por uma única força política” e que “os problemas nas diferentes áreas agravaram-se”. Para Janira Hopffer Almada, as medidas que têm sido tomadas até ao momento, entre elas o “decreto do hub aéreo” na ilha do Sal, trouxeram e continuam a trazer “enormes prejuízos” para as empresas sediadas em São Vicente, o que, consequentemente, gerou “enormes dificuldades” à população local.
“O povo de São Vicente sabe que tem o seu aeroporto internacional e não entende porque razão o Governo lhe prometeu felicidade e o obriga a se deslocar à Praia ou ao Sal para apanhar voo directo para Lisboa, e, ainda por cima, por um preço muito mais elevado”, disse a política, tendo acrescentado que “não se pode aceitar mais o argumento de desentendimentos” entre os poderes central e local devido à cor política dos partidos.
De acordo com a responsável do PAICV, o setor industrial “está bloqueado” pela “falta de transporte directo”, tanto para a importação de matérias-primas como para a exportação de produtos finais, o que, a seu ver, significa que os “extraordinários projectos” de investidores privados para São Vicente que o Governo anunciou ainda não passaram de “anúncios e conversas”. “Nem mesmo os que tinha informado que já havia mobilizado, ainda nenhum se concretizou passados três anos, inclusivamente projectos cuja primeira pedra foi lançada em finais de 2016”, frisou.
Hopffer Almada mencionou igualmente o desemprego registado na ilha, tendo dito que este era “cada vez mais gritante”, principalmente na camada jovem que, para além desse problema, tem “menores possibilidades de prosseguir os seus estudos”.
Além do Governo e da autarquia local, que foram acusados de “insensibilidade” no que respeita à aérea social em São Vicente, o que inclui “a desarticulação e a degradação” da capacidade de resposta a nível da saúde, educação e habitação, a representante do partido da oposição afirmou que tal se devia à “incompetência do MpD” na resolução destes problemas.