A líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, confrontou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, durante o debate parlamentar sobre o turismo, tendo mencionado a necessidade de serem formuladas novas políticas alternativas focadas nas pessoas.
Para a presidente do maior partido da oposição em Cabo Verde, o turismo deve ser encarado como um meio para melhorar as condições de vida dos cabo-verdianos e não como um fim em si. Defendeu ainda que os objetivos do Governo e as políticas públicas para os alcançar deveriam ser orientados no sentido de se maximizar o impacto do turismo no bem-estar dos cabo-verdianos numa perspetiva sustentável e inclusiva.
“Se queremos apostar seriamente no desenvolvimento do turismo, temos que enfrentar, com determinação, os desafios da diversificação da oferta, do aproveitamento das potencialidades de cada ilha, da potencialização de cada recanto do país, da inserção dos cabo-verdianos nesta cadeia de produção de valores e da projeção de outros setores com efeitos diretos na vida das pessoas”, sugeriu.
A dirigente considera que existe o dever de pensar no “hoje” e no “amanhã”, tendo questionado se o país está a vencer o desafio da sustentabilidade no turismo. “Não podemos nos esquecer que o nosso turismo é caraterizado por diversas concentrações. Concentração na origem, no destino, nos operadores, nos transportadores e nos fornecedores de produtos. Mas, ainda mais importante do que constatar esse fator critico, é analisar, hoje, quais os impactos do Turismo na melhoria das condições de vida dos cabo-verdianos”, frisou.
Hopffer Almada questionou ainda o facto de o Governo ter dito que a sua meta é chegar a um milhão de turistas até 2021, referindo que esta meta sempre se revelou possível e que até já foi mais ambiciosa no Governo do PAICV, altura em que se falava em 1.200.000 turistas até 2021, quando o país estava a crescer a 1%.
“Mas o Governo não nos diz como pretende fazer isso, de forma sustentável e com impactos positivos na vida dos cabo-verdianos”, salientou.