A presidente do PAICV afirmou que se continua sem saber bem quanto é que custou o contrato de gestão da companhia Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) aos cabo-verdianos, que foi vendida “a preço de rifa”. Janira Hopffer Almada acrescentou que ninguém sabe quanto custou a reestruturação da companhia, os custos da mudança das operações para o Sal, os custos do aluguer de aviões quando o país ficou sem aviões, bem como as indemnizações que tiveram que pagar.
As declarações foram feitas na abertura do debate parlamentar sobre os transportes e a conectividade do país, proposto pelo seu partido e pela UCID, tendo a dirigente dito que “por ironia do destino, assiste-se a um reeditar a história, com os mesmos protagonistas dos finais da década de 90, e que foram os principais responsáveis pela derrapagem financeira nos anos de 1999/2000”, referindo-se ao Governo do MpD na altura.
A parlamentar voltou a questionar a falta da transparência no contrato celebrado entre o Governo e a Icelandair, criticando que “só se sabe certamente é que, dos 143 mil contos (1.296 euros) da venda dos TACV, uma boa parte foi para pagar a dívida que tinha com a Icelandair, que ninguém sabe o quanto que é”.
“Até hoje e depois de ter vendido os TACV a preço de rifa, o Governo não consegue dizer ao país que avaliação foi feita aos TACV, apesar de a avaliação ser uma imposição da lei. Afinal quem fez a avaliação dos TACV, como foi feita, onde está o estudo de avaliação?”, mencionou ainda, colocando igualmente a questão de porque é que a cota de mercado da TACV nas linhas domésticas, que corresponde a 30% do capital social da Binter Cabo Verde, não entrou na avaliação feita dos 143 mil contos.
Por sua vez, o líder da bancada do MpD, Rui Figueiredo Soares, defendeu que o Governo assumiu desde a primeira hora o compromisso de desenhar soluções ajustadas e credíveis para os “problemas complexos” no domínio dos transportes “em grave crise”, constatada por todos.
“Basta lançarmos um olhar ainda que passageiro sobre o programa do Governo para nos apercebermos dos bons propósitos do Executivo sobre as políticas dos transportes um sector que se afirme e se impõe como estratégico num país arquipelágico como nosso”, argumentou, ajuntando que a situação herdada dos 15 anos da governação do PAICV reclamava “medidas urgentes e corajosas sempre em defesa do interesse público”.