O Partido Popular (PP) afirmou que “não estranha” a descida de Cabo Verde no Índice da Democracia 2020, divulgado pela Economist Intelligence Unit. O país encontra-se no grupo de países considerados como “democracias imperfeitas”.
Cabo Verde caiu do 30.º para o 32.º lugar, com uma pontuação global de 7.65 (7.78 em 2019). Ainda segundo o documento, a democracia piorou nos países lusófonos, não havendo atualmente um único país de língua portuguesa classificado como “democracia plena”.
Em reação a esta classificação do arquipélago, o secretário-geral do PP, Juvenal Furtado, respondeu que tal “reflete a realidade da democracia cabo-verdiana”. Um dos exemplos dados foi o da lei de responsabilização dos titulares de cargos políticos de 2005, “copiado na lei portuguesa”, que não abrange os crimes de corrupção, peculato e participação em negócios económicos.
“Para que Cabo Verde aumente o seu nível de democracia tem que haver mudanças no setor da justiça”, defendeu.
Por sua vez, o dirigente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), António Monteiro, declarou que Cabo Verde tem de cuidar mais da sua democracia. Assim, lamentou a descida de duas posições no índice que mede os níveis de democracia em 167 países e territórios.
O político lembrou que o seu partido tem vindo a proclamar que a democracia no país “ainda não é um processo consolidado”, precisando então de ser “muito bem cuidado”.
“Nós em Cabo Verde deveríamos estar mais preocupados com a qualidade da nossa democracia e evitarmos essas flutuações no ranking, pois somos um país com uma dimensão pequena, com um povo de brandos costumes, que deveria ter melhor posicionamento no ranking”, concluiu.