O PAICV queixou-se da alegada falta de transparência do Governo cabo-verdiano no que diz respeito ao caso do empresário colombiano Alex Saab. Segundo o maior partido da oposição, existe uma incapacidade e um amadorismo no que diz respeito a lidar com os dossiers que envolvem o alegado testa de ferro do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
A situação, prosseguiu, coloca em sérios riscos os objetivos nacionais permanentes e a imagem de Cabo Verde no plano internacional. Assim, considera não ser possível esconder que o caso está envolto em interesses que envolvem outros países, o que deixa o arquipélago numa situação de “embaraço e dilema” perante qualquer desfecho do caso, cuja última palavra advém do Supremo Tribunal da Justiça.
“Dois factos engrossam essa situação que em nada abona à boa imagem de Cabo Verde: a de que o Governo de Cabo Verde perdeu a capacidade de gerir dossiers complexos e delicados que o processo exige e que indicia desnorte da política externa em face da gravidade do dossier”, realçou o secretário-geral do PAICV, Julião Varela.
Para o político, a abordagem de um tema “tão melindroso, quanto complexo” deveria merecer, da parte das autoridades nacionais, uma atenção para que não seja manchada a imagem do país. Como tal, o PAICV exige que o Governo esclareça, “tim tim por tim tim”, os contornos desse dossier.
Recorde-se que Saab encontra-se sob custódia da justiça cabo-verdiana desde que foi detido, a 12 de junho, na ilha do Sal. Na sequência disso, aguarda a decisão do Supremo Tribunal da Justiça sobre a possível extradição ou não para os Estados Unidos da América.