O secretário-geral do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Julião Varela, afirmou nesta quarta-feira, 01 de julho, que o maior partido da oposição acusa o Movimento para a Democracia (MpD) de ter manipulado informações e faltado à verdade sobre a gestão financeira do programa ‘Casa para todos’.
Foi durante uma conferência de imprensa que o político disse ser falso todo o discurso feito de que o dinheiro do ‘Casa para Todos’ havia sido gasto na altura em que o MpD, atualmente no poder, assumiu a governação.
“O MpD, já no período das campanhas eleitorais, elegeu o ‘Casa para Todos’ como alvo a destruir e, como tal, manipulou informações e faltou à verdade sobre a gestão financeira. E, quando ganhou as eleições, viu que não podia suspender o programa, por causa dos compromissos internacionais, e, utilizando o dinheiro que ainda tinha à disposição no programa, executou a parte que faltava e desferiu o golpe fatal”, acusou Varela.
O PAICV disse ainda que o Governo do MpD abandonou as casas de portas fechadas durante os quatro anos de governação, o que terá deixado várias famílias a morar “sem dignidade”.
“Agora está a acontecer aquilo que os cabo-verdianos já previam: a entrega das casas às vésperas das eleições para aproveitamento político e com fins eleitoralistas. E como as eleições para as Câmaras Municipais são as primeiras, o Governo tratou de transferir essas casas para as Câmaras Municipais, exatamente com esse objetivo e com essa estratégia”, ajuntou.
“É importante também dizer, para repor toda a verdade dos factos, que em março de 2016 Portugal tinha desembolsado, aproximadamente, 131 milhões de euros. Esse valor era proporcional às obras executadas e em execução, naquela data. Faltava, em março de 2016, desembolsar cerca de 69 milhões de euros, que veio a ser recebido e gerido pelo atual Governo”, concluiu.
O PAICV considera assim que a promoção de um grande programa de habitação, que o MpD e o atual primeiro-ministro prometeram para ganharem as eleições, foi arquivado. Nesse sentido, apelou para a necessária transparência na seleção dos beneficiários, outrora assegurada por plataformas informáticas, com total impedimento à intervenção humana no processo de seleção.